Karl Marx afirmava que a consciência dos homens é determinada por sua condição social e material. Refletindo a partir desse fundamento, lembramos o grande argumento que sustenta o grupo político de situação da atualidade no poder é o do passado do atraso. O atraso, aí, significa, a lembrança de momentos de privação material que grande parte da população chapadinhense passou. A prosperidade advinda a partir da estabilidade econômica do município provoca um sentimento de segurança e que garante a manuntenção do grupo no poder.
Relacionada ao pensamento do próprio Marx, a dialética é um fundamento teórico que indica uma estrutura social fundada no confronto de grupos e de idéias que, por sua vez, provoca uma síntese. Esta, por sua vez, constitui-se um elemento consensual e superior aos elementos confrontantes, os grupos.
A 3ª via representa a expressão da dialética apregoada por Marx no sentido de que incorpora a síntese presente no debate dialético entre os dois grupos polarizados da política chapadinhense.
É isso mesmo. No aspecto da dialética a 3ª via encontra um fundamento. Contudo, o primeiro fundamento citado aqui, o da materialidade das consciências, ainda não encontra-se intensamente presente na 3ª via. Explico melhor. Para apresentar-se enquanto proposta alternativa aos grupos polarizados da política chapadinhense, não é suficiente apontar os erros de cada um. É necessário, sim, incorporar os pontos positivos desses grupos e, também, promover alterações materiais positivas na vida da população ou, pelo menos, de lideranças sociais do município. Sem isso, o ressoar do combate à corrupção não encontrará eco em meio à sociedade chapadinhense.
O Budismo aponta o caminho do meio como o encontro da felicidade, da iluminação e da auto-realização do ser humano. Contudo, esse caminho do meio, a 3ª via, não é composta do comodismo e conformismo da situação e nem no radicalismo da oposição. Traz, sim, a temperança, a eficiência e a prosperidade como marcas e como a face desse novo grupo.
A política é complexa e lida com a materialidade da vida das pessoas e, por isso, exerce tanto fascínio em meio às mentes. Não se pode reduzir as relações políticas apenas enquanto um confronto entre os "bons" e os "maus". Se assim for, sempre nos consideraremos o lado bom. Contudo, assim como na filosofia oriental, o bem pode estar contido no mal e vice-versa. Não se trata de separar um do outro, mas vê-los como parte da complexidade dialética da vida.
A 3ª via de chapadinha é composta de homens corajosos e que, ao meu ver, estudam e ensaiam uma revolução política. Só nos resta observar, analisar e contribuir, caso haja coesão, coerência e eficiência.
por: Jânio Rocha Ayres Teles
Fonte de figuras da quebra-de-braço e Budismo: