terça-feira, 12 de abril de 2011

Radicalismo no século XXI... xiiii... ...não combina!

Já houve o tempo em que sair às ruas por si só gritando palavras de ordem e com temáticas de cunho social e ambiental, além de atos heróicos isolados, foram símbolos de lucidez ideológica. 

É isso mesmo! 

 Tudo isso ruiu (pelo menos no Brasil) quando, no início da década de 90, os chamados "caras-pintadas" foram às ruas para exigir, em relação a Fernando Collor de Melo, a sua renúncia ou a sua retirada do cargo de presidente da República do Brasil. 

Até hoje não se sabe se aqueles movimentos foram realmente motivados pelo espírito anti-corrupção da sociedade brasileira ou, por outro lado, um impulso juvenil por agitação instigado por uma mídia terrorista vinculada a setores dominantes há décadas no poder e que viam em Collor uma ameaça à sua hegemonia econômica, política e ideológica sobre a população, especialmente devido àquele seu discurso presidencial de combate aos "marajás" e de ajuda aos "descamisados". Esse discurso, mais do que sua prática, era muito perigoso para o imaginário popular da população, indicavam eles. 

Assim mesmo o sindicalismo no século XXI tem passado por uma crise de identidade, interposto entre a necessidade de aprofundamento na legislação trabalhista e em aspectos burocráticos da administração pública e, por outro lado, a demanda dos trabalhadores por conquistas efetivas, especialmente financeiras, para suas categorias. 

A característica das conquistas no século XXI é a mesma do período da Guerra Fria?

Fazer sindicalismo em um período democrático é a mesma coisa que no período da Ditadura Militar?

Se no período ditatorial a saída que havia era o confronto corajoso e direto com as forças repressivas e, ainda, ações pontuais e agressivas (como nas guerrilhas), no período democrático faz-se necessária grande capacidade de argumentação, conhecimento das leis e habilidade nas negociações. 

Um sindicato como o SINDCHAP (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Chapadinha-MA) pode dar-se ao luxo de abandonar uma estratégia de luta e de conquista que vem dando certo e partir para uma estratégia de "impacto" no sentido de partir para o ataque com o fundamento do velho e marxista discurso do confronto entre empregados e patrões? Será que as relações sociais e trabalhistas contemporâneas resumem-se nesse reducionismo bipolar? 

Eis o grande questionamento e a grande incógnita em relação à nova Diretoria do SINDCHAP: 

- continuamos avançando de maneira prudente, mas contínua, rumo às conquistas trabalhistas dos servidores; 

- ou resolvemos arriscar impacientemente todos os nossos instrumentos e esforços no sentido de provocar conquistas imediatistas, correndo o risco de "tirar o trem dos trilhos", conduzindo o sindicato para o descrédito e a taxação de radicalismo superficial e inócuo? 


Na verdade, deixo em aberto a reflexão. Só alerto para a maturidade do debate e para a prudência na linguagem. 

Obrigado. 



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